30.8.04

NEW YORK TEM DESSAS COISAS

CONEXÃO N.Y.
Paulo Grillo


New York tem dessas coisas


Imagine estar em New York de bicicleta e dentro de cinco minutos se ver imerso em um protesto anti-Bush, ao lado de pelo menos outros duzentos ciclistas (cinco mil no total, segundo a NYPD)? New York tem dessas coisas.

O espírito de liberdade e rebeldia em relação a qualquer forma de conservadorismo é algo que, reza a lenda, corre no sangue de qualquer nova-iorquino - e nova-iorquino, leia-se, qualquer um que more por algum tempo aqui. Eu, que estou aqui ha quatro meses, tinha essa noção mais pelo boca a boca, pelo noticiário. A Parada Gay, que foi meu maior evento publico por aqui, tinha lá seus traços políticos indicando essa aptidão natural do nova-iorquino em protestar, mas até aí tudo acabou em festa, como foi aí no Rio.

Mais interessante, então, foi que meu debut nessa arte de protestar em New York aconteceu um pouco por acaso. Estava de bicicleta na cidade, minha primeira ida sobre rodas. New York tem muitos ciclistas pelas ruas, muitos deles são delivery boys, messengers, outros são verdadeiros militantes do clube não polua o ar da cidade (inclusive ha uma camisa típica entre ciclistas daqui com os dizeres ?One Less Car?). Na verdade, estava de bicicleta pois ia tratar de assuntos pessoais que envolviam a necessidade de se ter uma bicicleta. Mas depois, no meu tempo livre, quis aproveitar as largas avenidas e dar uma volta meio sem rumo... just for fun!

Enquanto rodava pela cidade via uma quantidade enorme de policiais, muitos desvios no trânsito, tudo isso por conta da Convenção Nacional Republicana, que acontece no Madison Square Garden, a partir desta semana. Tentei fugir então de toda a confusão que estava por lá - eu passava exatamente entre a 31 e 32, na porta do MSG - e imaginei que no Union Square talvez estivesse cheio de gente, inclusive alguns protestantes. Lá, que é um ponto de encontro de muitos jovens (e meu lugar preferido daqui), é também o santuário da cena política e cultural da cidade, com muitas apresentações de artes variadas, gente dançando break, outras falando em megafones sobre o abuso da guerra, o direito dos gays, além, é claro, do maior numero de gente cool por metro quadrado na cidade.

Não demorou nem cinco minutos ao estar lá para que visse um monte de gente amontoada na beira da calçada vendo algo passar. Eu e minha bicicleta chegamos perto e a primeira coisa que me veio à cabeça quando vi aquela quantidade de ciclistas gritando ?No More Bush, No More Bush? foi que não podia existir melhor exemplo de right timing. Eu podia estar lá no Union Square, afinal sempre estou, mas de bicicleta, e no dia em que um protesto de bicicleta toma conta da maior parte dos noticiários da cidade? Por favor...

Meti-me no meio de toda aquelas rodas e nessa hora a gente sente que tudo que víamos na televisão, de um mundo tão longe, estava ali, agora, diante dos nossos olhos. Eu não sabia o que estava acontecendo, tinha um pouco de vergonha de perguntar ao meu vizinho de rodas algo como: ?mas afinal estamos protestando contra o que??. Não queria passar por bobo, mas também não ia perder a oportunidade de fazer parte de tudo aquilo, até porque entre meus amigos ciclistas havia uma com a bandeira do arco íris (ok, causa gay!), outros vestidos de vaca, chapéus de coelhinho, de palhaço (ok, não entendi, mas parecia divertido) e claro os refrões anti-Bush, que no fim tiraram a minha duvida: era um monte de gente diferente, mas todos com a mesma idéia, a de que Bush não podia escolher New York para ser nomeado oficialmente candidato à reeleição e passar impune.

Essa foi uma pergunta que me fiz mais de uma vez, inclusive. Bush leva a fama de burro e em momentos como esse faz completo sentido: qualquer pesquisa em New York atesta uma derrota catastrófica para Bush, então por que se meter aqui para fazer a grande festa republicana - o mais conservador dos partidos, na mais liberal das cidades.

No protesto das bicicletas tomamos como a 5ª e a 6ª avenidas de assalto e não houve polícia que nos impedisse. Muito inteligente foi a idéia de se fazer um protesto sobre rodas (como ficou conhecido por aqui) por que não havia como conter um número de gente tão grande com capacidade de se dispersar muito rápido pela cidade. O efeito foi devastador! A cidade parou desde a Houston St., no sul da ilha, até a parte mais baixa do Central Park. A idéia se resume ao refrão que gritavam: ?Who`s Street??, ?Our Street!?.

O protesto sobre rodas foi o primeiro de uma lista extensa de manifestações que vão pipocar pela cidade durante esta semana. Tirando a derrota judicial que impediu um grupo de tomar o Central Park para uma passeata que imaginava reunir quinhentas mil pessoas, essa é a hora mais feliz para New York se fazer escutar em sua tradição militante e liberal. De quem é a rua, New York se pergunta. Da aceitação, das diferenças, da extravagância, da falta de culpa, ou do moralismo ultra-radical republicano? Bush escolheu mal o lugar para montar a sua festa. E não vai ter nada melhor para fazer nesta semana do que bancar o estraga prazeres.

25.8.04

PHIL WEEKS @ ZOO SESSIONS

Phil Weeks @ Zoo Sessions
:: Serviço | Release




Depois do sucesso das festas Freak Boat (reveillon 2004) e Fuckin' Freak (carnaval 2004) o clube paulista D-Edge e o selo carioca Zoo Records preparam para o dia 28 de agosto (sábado), a festa Zoo Sessions, com a presença do DJ francês Phil Weeks - um dos maiores produtores de house da atualidade.

Pela primeira vez no Rio o famoso DJ e produtor fará uma única apresentação no Rio, no novo espaço Pátio Lounge, no Jóquei Club, que tem pista com capacidade para 500 pessoas. A festa rola até às 7h e conta ainda com os DJs: Márcio Careca, Jonas Rocha, Léo Janeiro e Renato Raties (SP)





Phil Weeks


No ano de 2000, Phil Weeks lançou o bem sucedido selo ROBSOUL RECORDINGS, selo que teve sua reputação imediatamente elevada no mundo da House Music. Os lançamentos da Robsoul são impregnados do influências Hip Hop, Break Beat e Funk. E Trazem o lado mais deep e hipnótico da House Music. As produções de Phil Weeks são bem conhecidas ao redor do mundo, e suas músicas são incluídas nos playlist de Top djs como: Derrick Carter, Mark Farina, Luke Solomon, Rasoul, IZ, Kevin Yost, Mazi e outros. Phil começou a lançar seus próprios discos quando conheceu David Duriez que o encorajou a criar o selo Robsoul, que já lançou músicas de Derrick Carter, Hector Moralez, Tony Senghore, Rasoul, Brett Johnson, David Duriez e Llorca. Desde o começo Phil Weeks desenvolveu sua própria sonoridade para a house music, criando sua característica identidade e muitas vezes utilizando a sua própria voz nas produções. Phil é o primeiro produtor francês a lançar um EP no prestigioso selo Music For Freaks (MFF) de Luke Solomon e Justin Harris.



Renato Ratier [segundo na foto]


Renato Ratier, 31 anos, três de carreira, pode ser considerado uma das maiores promessas da house music brasileira. Sua carreira começa aos 18 anos quando foi morar na Califórnia (USA), onde se apaixona pela cena underground e pela música eletrônica.

De volta ao Brasil, trouxe material, cultura, diversão e informação para sua cidade, numa iniciativa única para a cena eletrônica Brasileira. Em 1996 promoveu sua primeira festa em Campo Grande (MS) para convidados e este foi o ponto de partida para a implementação de uma nova cultura na cidade. Desse evento seguiram-se outras festas e a abertura do club D.Edge, de Campo Grande, e, este ano, a abertura do club D.Edge São Paulo.

Seus sets são repletos de elementos negros da música de Chicago (USA), os passeios e flertes com outros estilos musicais, tais como, o rock, o hip hop e o electro são permitidos, causando assim efeitos harmônicos de uma riqueza musical profunda, mas jamais se afastando da identidade de sua apresentação: o funk e o groove. Entre seus Djs favoritos na cena mundial destacam-se Derrick Carter como produtor e Dj e Mark Farina como Dj. Na cena nacional cita alguns nomes como Jonas Rocha, Gustavo Tatá, Gustavo M.M e Guilherminho, no Rio de Janeiro, além de Luís Pareto e Marcos Morcef em São Paulo. Atualmente é residente da noite Freak Chic, em São Paulo, projeto de sua criação conceitual juntamente com seu parceiros na residência Luiz Pareto e Marcos Morcef. Renato já se apresentou nas melhores casas de São Paulo, tais como Lov.e, Stereo, Piranha, Living Room, D.Edge, em algumas raves, além da Parada da AME, ocorrida no último dia 26 de novembro para um público estimado em 150.000 pessoas. Também já se apresentou ao lado de grandes nomes da House Music mundial, tais como Collin Dale, Laio & Bushwaca, Richard Gray, Cristian Smitth, C1, Trevor Rocklife, Azad Rizivi, Rino Cerrone e entre outros.

Jonas Rocha
Renato Ratier
Márcio Careca
Léo Janeiro


SERVIÇO

Zoo Sessions
Sábado : 28 de Agosto

Local:

Pátio Lounge
Pça santos Dumont - Gávea
Horário: 23h30
Capacidade: 500 lugares


Line up:

Márcio Careca (x-demente)
Léo Janeiro (eletropan)
Jonas Rocha (Zoo Records)
Phil Weeks - França (Robsoul Recordings)
Renato Ratier- SP (Freak-Chic)

Ingressos:

R$ 20,00 homem
R$15,00 mulher
Antecipados na loja Colcci do Rio Sul (21 25429617)

Info: www.pixelbrasil.com/zoosessions