Renato Rossoni
: matéria
Só o fato de não encontrar as mesmas duas mil caras conhecidas na noite, já dariam a Porto Alegre um status de "cidade ótima". Imagina você sair à noite e todos e tudo ser 100% novo?! Pois é... Foi com essa impressão de "novidade total" que aportei no finde passado na capital gaúcha.

Na saída do aeroporto - moderníssimo por sinal - um taxista bem simpático apontava aqui e ali, revelando todas as referências turísticas e já me fazendo acostumar com o sotaque mais que carregado, tchê. É bem engraçado o ritmo do gaúcho falando. Muitas vezes não entendia nada... Mas vamos lá...

O Hotel Everest Porto Alegre, que fica bem no centro da cidade, é ótimo, tem quarto ótimo, atendimento ótimo, café-da-manhã delícia e vista panorâmica da cidade.
Um giro inicial por POA e já vou notando ares de uma capital avançada, com arte urbana por todos os lados, alguns mendigos (até divertidos) fazendo pose de Yoga por horas, um quê de Europa, além de construções do início do século passado sendo restauradas.
Na noite de sexta, o conselho de "locais" foi dar um pulo no Club SPIN (Rua Venâncio Aires, 59 – Centro). Um lugar muito bom, com gente bonita, total straight e tocando Trance. É... Hard Trance! Engraçado como numa boate onde a nossa querida House Music seria tão bem vinda, o batidão psicodélico toma conta. Aliás... O que é House Music? Parece que esse estilo é totalmente desconhecido por lá! Se bem que comentando o fato com um amigo tranceiro, fiquei sabendo que o estilo está tão forte aqui no Brasil que estamos até exportando DJs... Tá? Anyway...
Na vontade de dar uma voltinha maior, sigo para o Club Neo (Av. Plínio Brasil Milano, 427), que é gay, onde rolava a festa Revival FDSC, com os DJs Double S e Luciano Araújo. E pensa que tocava House Diva? Que nada!!! Trance bombando... E um povo animado dançando na pista. E não rola aquele clima de pegação, sabe? E nem de tanta droga! Pelo menos a olhos vistos...
O sábado é dia de rodar mais ainda pela cidade. No Gasômetro, uma usina desativada bacanérima, rolava uma exposição de bonecos. Destaque para esse daí, ó... Feito com restos de papelão. O efeito é maravilhoso!!!
Do terraço eu avisto o Bar Flutuante Pôr-do-sol (ao lado do Gasômetro), onde mais tarde aconteceria a festa Earthdance. Um doce pra quem adivinhar que tipo de som era esperado! Trance... Eeeeeee...
Mas a tarde ainda é loooonga e uma caminhada pela cidade se faz mais que necessária. O destino é o Parque da Redenção... O Central Park deles... Muito legal! Punks, gaúchos vestidos a caráter, senhorinhas, skatistas, pessoas desenhando com giz na calçada em troca de uma moeda e crianças de rua aprontando onde é proibido. E a fome bate... Hora de dar um pulo na "Lancheria do Parque" uma espécie de lanchonete onde todos os garçons são donos do local e um "podrão" (ou cachorro quente com direito a milho e ervilha) custa apenas R$2,00. Vale o confere...
Pra fechar, na volta ao Hotel, onde uma descansada seria perfeita... Uma cena inusitada... Uma mendiga corta o cabelo de outro mendigo. No meio da rua... Na maior paz... No centro da cidade!!! Registradíssima pelas minhas lentes...
A noite de sábado chega, a festa no tal bar dos navegantes é bem divertida, as pessoas muito receptivas, duas pistas, o mesmo Trance e - confesso - uma vontade do dia seguinte não ser o dia de voltar pra casa... Porto Alegre é ótima! Mexxxxxmo...
Renato Rossoni e Guilherme Larrosa em Porto Alegre.
Parte daquela crítica se resume ao que explicou um dos comentaristas: de repente, eu havia estado no lugar certo, mas no dia errado, a gente sabe que a noite tem dessas coisas. É verdade. Eu havia estado na Splash, ou tambem SBNY (como preferirem) e minha impressão foi péssima. Não gostei da música, do lugar, da gente... As regras sobre a bebida (consumo até determinado horário)e cigarro (só do lado de fora) contribuíram - e muito - para que eu definitivamente batesse o martelo: ia levantar publicamente a bandeira de que a noite de NY é ruim.
Sexta: O dia é bom para ir à Splash. A entrada custa 15 dólares, mas pode ser que o segurança vá com a sua cara e você entre de graça. Levar o passaporte brasileiro é essencial, por dois motivos: 1 - Podem te pedir ID. 2 - Ele pode ser o segredo para que entre de graça (a fama de que os brasileiros são sexy rola de verdade e isso pode se reverter em bônus nas suas saídas). Lá dentro vai estar razoavelmente cheio e uma gente bonita, mas não a melhor opção para quem gosta de teens. Para animar há um house beirando o psicodélico, e se você gosta de beber, uma Absolut Citron on The Rocks custa US$ 8 no bar (geralmente vai te custar US$ 9 ou US$ 10, porque é educado que você dê alguma gorjeta para o bar-man). O clima é apimentado pelos go-gos, mas não chega a ser o lugar ideal para que você tire a camisa, ou exagere nos aditivos, de modo que fique bem alto, ou coisa do gênero: a Splash não sugere uma noite dessas de perdição, mas sim uma night para azarar, se você estiver a fim de se dar bem. Bom, mas dizendo isso, há que vir o adendo: a azaração em um meio americano é um tanto quanto fria, se comparada com a nossa. Não espere demais então, ok?
Domingo: Este é um dia sagrado, dia de ir à Igreja. Mas nada de levar seus pecados para serem perdoados. Se por fora a arquitetura da Avalon te lembra uma capela, por dentro, não se engane, o clima é de hedonismo. Muita gente bonita, cool, em um espaço super bem estruturado, de modo que você nunca vai ter a sensação de estar dois minutos e conhecer o lugar todo. Há inúmeros corredores, escadas, ambientes, uma pista de dança central grande, com palquinho, lounges, fumódromo em um jardim na parte de fora... A acústica do lugar também é fenomenal. Você é capaz de sentir a vibração da música, o que é parte fundamental do clubbing. Lá você pode, se quiser, ficar mais à vontade, beber um pouco mais, não é que vá parecer um pouco out, como se estivesse na Splash, por exemplo. Aconselho inclusive a variar um pouco e deixar o bar-man de lado pelo menos dessa vez e pedir um drink à loura super simpática da pista de dança. Ela faz o drink que você quer, na medida em que quer. Depois que bebe chega até mesmo a ser divertido, porque, aposto, você vai se perder lá dentro. Agora, a parte ruim é que se for acompanhado, aí sim corre o risco de levar um perdido. A entrada custa US$ 20, mas é possível que entre de graça. O jeito é preencher uma ficha e esperar duas semanas, para que seu John Blair Card chegue. Com ele você tem descontos tanto na Roxy, quanto na Avalon (domingo, antes das onze, de graça).
Esse é um dos hits da atualidade. Está bem naquela fase que toca em cada pista animada. Música boa e alto astral!
A Fundição Stage vem em sua primeira edição celebrar a integração cultural entre o Rio e Portugal.
O TOP DJ Marky, indiscutivelmente um dos melhores DJs do mundo, volta ao Rio nesta segunda dia 06, véspera de feriado, para mais um de seus disputados sets. Antes e depois do mestre tocam os DJs Danntas, Calbuque e Marcelinho Dalua, destaques da cena carioca.
No primeiro semestre de 2004 lançou "In Rotation" junto com o DJ, produtor e parceiro Xerxes (XRS). Neste cd estão incluídos clássicos da música eletrônica mundial como "LK" com os vocais do MC Stamina, "Dia de Sol" (feita em parceria com Gilberto Gil) e "Breeze" que conta com os vocais do jazzman Cleveland Watkiss. É justamente este cd que o top DJ vem mostrar aos cariocas nesta segunda-feira, dia 06 de setembro, véspera de feriado.
A ascenção dos DJs na cena musical, com o lançamento de álbuns próprios à proliferação de festivais de música eletrônica no mundo, justificam o considerável aumento da procura por cursos e lojas especializados. No Rio, porém, espaços dedicados exclusivamente à tribo de moderninhos são uma raridade.
Como música e moda caminham lado a lado na cena eletrônica, a loja contará ainda com uma multimarcas pra lá de hype: Puma, amulherdopadre, Dizhum, Laundry, Prof. Massau Atta e a grife de cartucheiras Matramba.