18.5.07

XO XO NOIE

XO XO NOIE
Por Renato Rossoni (NY)




Umas das coisas mais legais que venho observando na cena eletrônica nacional, na minha opinião, é o crescente número de pessoas que vêm passando a frequentar festas em que o som é 100% música eletrônico, seja qual for o estilo. Claro que a maioria curte mesmo se jogar em festonas para 10 mil pessoas, com muito trance na veia, pirulitos, elementos fluorescentes... Eu adoro observar esse movimento.


Sabe as micaretas, abadás e tudo aquilo que circunda esse "way of life" baiano? Pois é... De uns tempos pra cá, o carinha que contava os dias para ver Chiclete com Banana (e não me venham dizer que não sabe quem são esses), vem conseguindo ver diversão e olha como opção ir numa "Festa Rave", como o povo do Jornal Nacional gosta de chamar. Enfim... Depois de um certo tempo nas pistas de psy esse mesmo carinha já está descobrindo novos estilos de música eletrônica e, assim, passando a frequentar festas menores e prestando mais atenção no que é tocado. Diria que estamos chegando ao fim de uma Era. O fim dos lugares que tocam "música de boate". Saca o que eu estou falando? Aquela musiquinha xarolenta que não diz a que veio, que te irrita, que dá vontade de bater na loura gostosona que grita u-hu do seu lado e rebola em cima de seu tamanco poc poc. Enfim...



Ter mais gente consumindo música eletrônica é ótimo para todos. Em suma: mais festas, mais lugares para ir, mais empregos diretos e indiretos para um bando de gente. Massssss... O que não podemos deixar é que esse movimento que parece ser ótimo, acabe banalizando a música eletrônica de uma forma que... Sei lá onde isso pode parar.



Dia desses recebi um email de um club que vem promovendo de uns tempos pra cá uma noite com música eletrônica. Eu acho fantástico! Sem dar nomes aos bois, a assessoria de imprensa teve a CARA DE PAU de escrever a seguinte frase para descrever o DJ convidado da noite: "bla blá blá autor de uma das faixas mais tocadas por DJs de todo o mundo, "xxxxx", que já é sucesso nas principais pistas de dança e rádios cariocas, a música com o famoso refrão "PÁ RÁ PÁ PÁ, PÁ PÁ".



Porra! É zoação? Como assim divulgar o cara que toca a músca hit que tem como refrão "PÁ RÁ PÁ PÁ, PÁ PÁ"?



Numa boa? Vai pra PÁ RÁ PÁ PÁ, PÁ PÁ puta que pariu!!!



Caro assessor, divulgador, promoter, dono de club ou whatever: não sabe a questão, cola do coleguinha do lado. Por favor! Ao invés de vir com essa de "PÁ RÁ PÁ PÁ, PÁ PÁ" pra cima de mim, porque não colocar o link da música ou do site do cara que vai tocar. Sei lá, mas "PÁ RÁ PÁ PÁ, PÁ PÁ" me deu ódio ao ponto escrever esse texto. Uma boa gongada para esse texto que recebi e cartão amarelo para esse clube. Na próxima vez eu falo nome e dou todas as referências. Me irritei...



E para completar a minha irritação, outro email de um outro clube que acaba de "abrir" propondo um novo som, mais voltado para o eletrônico (não to falando que "música de boate" vai acabar) me vem com a seguinte tag line para se auto descrever: "a casa mais selecionada do Rio". Ah, merrrrmão... Vamos parar de historinha, vai? O que seria uma casa selecionada? Alguma coisa como "door police"? Que eu me lembre (eu tenho 32 anos), a última pessoa (hostess) que praticou tal atitude foi a Regina Lobato na finaaaaaaada boate Dr. Smith, em 1912 (rs). Casa selecionada, Hummmm... Sei... Começando com esse tipo de atitude e petulância é capaz de durar uns dois ou três meses? Alguém aposta mais tempo do que isso?



Ai, sei lá... Tava com vontade de falar. To mais leve.



WOOOWWW PAH PAH