: entrevista
: por Dado Marietti
Dado Marietti conseguiu uma entrevista exclusiva com Casey Spooner, vocalista do Fischerspooner, para o site. Fisherspooner é uma dupla formada pelo próprio Casey, junto de Warren Fischer. Referência quando o assunto é electro, Fischerspooner vem a ser um entretenimento à parte. Show performático com banda, dançarinos e backing vocals. Remixes para TOPs como The Killers, Kilye Minogue, entre outros. Videos que mais parecem peças de arte e seus CDs aclamados pela crítica e pelo público. Confira o bate-papo...

DM - A crítica define sua música de várias maneiras: electrorock, electropop, electro. Mas como você a define?
CS - Eu nunca me preocupei com isso. Quando começamos a fazer música não existia uma cena que a gente fizesse parte e não existia um nome real para o que estávamos fazendo. Anos depois as pessoas começaram a tentar dar nome e definir o que a gente fazia. Eu acho que é melhor fazer o que se gosta e deixar os outros se preocuparem com os rótulos. É mais libertador trabalhar com formas que são difíceis de definir. Isso permite mais espaço para criar. Eu não defino, simplesmente faço.
DM - Quais são suas influências artisticas?
CS - Isso é uma constante mudança. Eu amo pintar, na verdade comecei minha vida pintando. Eu fiz faculdade de Belas Artes. Era isso que eu achava que eu seria para o resto da minha vida. Eu fiz muitos auto-retratos, mas pintar é uma arte muito solitária para mim. Por isso eu mudei, porque eu amo o aspecto social do que eu faço. O processo criativo e a apresentação são muito sociais. Mas eu ainda amo pinturas e a história da arte no geral. Eu amo Turner, Delacroix, Moreau, Delaroche, Gericault, e alguns outros. No momento eu estou adorando os pintores românticos. Um segredo: eu tenho uma amor incondicional pelo hall de pintores franceses do museu do Louvre, em Paris. O Louvre é um dos meus lugares favoritos no mundo, e foi lá que nasceu a fundamentação do Odissey, nosso segundo álbum.
DM - Em "Odissey", as letras são mais expressivas e sentimentais que em "#1", logo você divide o pessoal com o público. O que é a principal coisa que você quer que as pessoas aprendam ou saibam do Casey Spooner?
CS - Eu quero me conectar com as pessoas. Eu gosto de quando as coisas são tão específicas e pessoais que se tornam universal. Isso é um lugar difícil de se chegar. Eu acho que as letras em "#1" são tão expressivas quanto em "Odissey" mas a maneira que lidamos com o a voz mudou. Principalmente porque agora você pode escutar o que eu digo e a voz não ficou tão estilizada e robótica. Mas músicas como "Sweetness" e "Emerge" são intensamente pessoais.

CS - Eu não gosto do meu presidente. Ele não representa meus interesses e nem o da maioria das pessoas que estão a minha volta.
DM - Como você se sente em relação ao "#1" nos dias de hoje?
CS - Eu amo e sou muito grato a tudo ter acontecido da maneira que aconteceu. Eu não poderia ter escrito uma estória melhor se eu tentasse. "#1" é mais que um álbum e um show. É uma sociedade e uma filosofia. Foi de fato um momento incrível que capturou o espírito do momento, e o momento era a mudança de século.
DM - Foi lançado uma edição limitada, e que não foi vendida, do DVD "#1". Existem planos de lançar algum DVD para o público em geral?
CS - Não existem planos para fazer outro DVD por agora. Foram muitos anos de produção que levaram ao lançamento do DVD "#1". Nesses anos muita arte gráfica foi gerada. Talvez daqui há alguns anos nós teremos criado um corpo gráfico similar que seja merecedor de um DVD, mas ainda não.
DM - Os videoclipes do Fischerspooner apresentam uma qualidade artística, criativa e em muitos, um conceito inovador, o que faz dessas produções serem aguardadas até pelos que não gostam da músicas em sí. "Never Win" foi o último vídeoclipe que vocês fizeram. Existe algum novo em fase de produção?
CS - Não existem planos para fazer um videoclipe por agora. Estamos focados principalmente em produzir filmes, fotos, e performances. Essas coisas não se encaixam em nenhum formato nem em datas de lançamentos, mas parece que está na hora de voltarmos às nossas raízes e fazer coisas que são mais complicadas e menos tradicionais.
DM - O que você tem escutado por agora?
CS - Um cd mixado por uma DJ chamada Colin Peters, que esteve em Ibiza nesse último verão e um artista turco chamado Burhan Öçal & The Trakya All Stars.

CS - Eu estive no Brasil por um dia. Eu tive que voltar pra NY para gravar o "Odyssey" porque estávamos num prazo apertado. Então, infelizmente, eu ainda tenho que ter a chance de realmente descobrir o Brasil, o que eu pretendo fazer em breve. Eu escutei coisas ótimas sobre a noite de São Paulo e da cultura de praia do Rio. Me tragam de volta!!!
DM - Bem clichê, mas vamos lá. Eu falo uma palavra e você me responde com a primeira coisa que vier a cabeça.
Amor: Sexo oral
Música: Petit-Poi
Sexo: Ah, pode ser aqui mesmo. Rs.
Drogas: Café
Primeiro namorado: Michael Stipe [R.E.M.]
Casamento: Um closet maior
Nova Iorque: Andar
Warren Fischer: Estúdio caseiro e copiando CDs o tempo todo
Vida: Cinema