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LET'S DANZ!

Tem alguns assuntos que quero abordar, como a história do site, esses 5 anos... Mas, vou deixar pra desenvolver nas próximas colunas e aproveitar para falar do réveillon, que ainda rende nas rodinhas. Os leitores, volta e meia, me questionam porque não fiz um review completo das outras festas e etc.. Vou explicar.
Ando em conflito. Conflito interno, conflitos ideológicos e de editoria... Desde que conheci a música eletrônica, o verão mudou pra mim. As festas me conquistaram muito rápido e eu sempre me via contando os dias pra chegar dezembro e depois os dias pra não acabar o verão... 2007 passou tão rápido pra mim, que não tinha grandes expectativas com o verão. Mas, uma vez na estação... tudo muda.
No verão a cidade renasce. É excitante pro carioca. Quem nasce e vive no Rio, tem uma visão bem diferente de quem vem de fora. A gente está de braços abertos pra receber. Quanto mais gente cair em nossas praias, melhor. Essa sinergia renova a cidade, renova a gente...
Esse verão acho que renovei demais. Não estava com muito saco pras noitadas. Mas mesmo sem saco, eu continuo a sair. Eu adoro a noite, adoro encontrar pessoas, adoro dançar. Então, até sem saco, eu tou lá! Mas, a cena gay de circuito não anda me satisfazendo como outrora. Falta alguma coisa que não sei dizer ainda exatamente o que é, mas posso levantar algumas questões.
Conversei com muitas pessoas e acho que a temporada do réveillon esteve diferente porque essa cena passa por um momento diferente. Em várias aspectos! Vamos começar pela The Week. O clube é maravilhoso e, com a expansão, ficou maravilhoso em dobro. Dá pra se divertir, dar pinta e ver os amigos com toda aquela infra-estrutura que a gente adora. Mas o clube tem uma política comercial meio-agressiva; chegou chegando e não está nem aí! Matou a pau... Festas e festas, DJs e DJs, residentes e residentes... Boas festas eletrônicas da "cena straight" (cena HT) também se instalaram lá. Todo mundo que mora na cidade já deu um pulo na The Week. Então, em pouco tempo, nada mais é novidade naquele canto da Saúde, que hoje é a melhor BOATE (ou club, como preferir) da cidade.
Chegou o final de ano - o primeiro da The Week no Rio - e sabe que muita gente sentiu falta da mágica que tinham as labels?! Dá época em que só corpão ousava se expremer no queijo... Época em que não tínhamos muitos opções, mas era muito mais divertido. Havia menos opressão, não tinha "festa rave" nos jornais, ninguém tava morrendo toda hora de ecstasy e GHB...
A The Week chegou justamente num momento em que a B.I.T.CH.* é o auge da popularidade, não existe encanto mais no Cine Ideal, a X-Demente está perdida no tempo e novas marcas tentando se adaptar no mercado... Mudanças normais de mercado, do mundo e das pessoas.
É um momento de transição. E com isso, achei as festas legais. Não mais que isso. Achei ótimo ver a R:evolution e Pool Party indo bem, tendo bom público, mesmo com uma baita competição. Mas era um saco aquela vibe de "vamos pra outra festa? Tem algo acontecendo e eu não tou lá". O povo circulava quando podia. E, num momento ou outro acabava na The Week, com sua incrível coorporação e centenas de funcionários. Ou na Le Boy, com sua tradição e bombação típica da época. No dia 1/jan, cansado depois de tocar no Posto 9, trabalhar o dia e a noite inteira, desisti de qualquer chill out e fui dormir. Faltou forças pra me tirar da cama. Chegaram notícias que as duas pool parties - The Week e R:evoluition - estavam ótimas e cheias. Não consegui decidir pra onde ir e procurar meus amigos, porque ninguém mais atendia o telefone... Preguiçaaaaa! Resultado: peguei no sono de novo e perdi as duas. No dia seguinte o páreo era duro: ambos eventos foram sucesso e todo mundo dizia que tinha sido "a melhor festa da temporada". Mas o que não se deram conta é que tivemos duas "melhores festas da temporada" no mesmo dia. Ou seja, 50% perdeu a melhor, na opinião do outro.
Falta música também na cena. E essa talvez seja a vibe que falta pra dar uma mágica em tudo. Sobra droga, falta música! Falta som diferente. Falta DJs com coragem de convencer a massa. DJ que pesquisa. DJ antenado. E sobra DJ que copia. Uma noite esse ano, num local muito bom por sinal, com ótimos DJs, consegui escutar a música "Danz", do Syke 'n Suggarstar, 3 vezes, com 3 DJs, em 3 sets. Todas versões diferentes. Nenhuma tão boa quanto a original.
Com isso, perder uma ou outra festa não é a morte. Tudo estará lá do mesmo jeito na próxima vez. Menos a X, talvez. Com isso ganham os eventos que correm por fora, os chill outs, chill ins, festas privadas... Momentos que proporcionam outra vibe, outros relacionamentos... O clube, as festas, estarão lá. E se não estiveram, teremos outros em seus lugares, pode apostar.
Até a próxima...
A.
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