Paulo Grillo
DEBORAH COX NA BROADWAY

Quem se lembra do furo que a Deborah Cox deu numa boate do Rio? Na época ficou feio, não foi? Mas, ao que parece, ela tinha lá uma desculpa. Aqui, La Cox é a estrela de um dos mais concorridos espetáculos da Broadway e se apresenta, parece, todos os dias da semana, non-stop.
É uma sensação a tragédia Aida, uma adaptação para a Broadway que, além de Debbie Cox, conta com a assinatura da Disney e o respaldo de Elton John na produção musical. Os preços para assistir ao espetáculo são salgados: passeiam na casa dos 70 dólares. Mas há como driblar este empecilho com uma carteira internacional de estudante (levando até duas entradas por 25 dólares, cada). Aí, depois, não é preciso fazer muito esforço: o espetáculo te deixa de queixo caído.
Aida é uma tragédia, a história de uma princesa acorrentada aos escravos e que se apaixona pelo capitão do exército inimigo, prometido a uma outra princesa, do reino que a escravizou. Um enredo que traz muito do que já se viu antes sobre amor proibido, mistura de classes, tradição versus coração. Mas não é o conteúdo que chama atenção num show da Broadway. É a forma. É o luxo. É o espetáculo.
O show de luzes e da cenografia fazem com que os personagens possam voar, explorando não só o palco propriamente dito, mas todo seu espaço, de cima abaixo. O figurino é rico, luxuoso, se aproveitando que a peça se passa no Egito Antigo para mostrar toda a beleza de uma moda fundamentada no ouro, no brilho e na abundância dos tecidos esvoaçantes. E, claro, o que faz do show um sucesso: sua estrela e a música.
A peça é cantada quase em todas as cenas, ao vivo, e regida por uma orquestra (como nos shows do Oscar). O microfone é um pontinho branco, preso a uma mecha de cabelo dos atores. É um 'pontinho' poderoso, porque capta na íntegra todas as nuances da voz da estrela, que não economiza na sua porção diva. Ao menos três cançôes levaram o público ao delírio, na apresentação deste último domingo. Todas, claro, por conta dos longos agudos (que quem conhece La Cox, não precisa de mais explicações).
'Easy as life', uma das canções, pode ficar guardada aí na listinha do que vai ser novidade, porque, além de estar no repertório do show, já foi remixada e é um dos hits mais executados por aqui. Junto, ainda, com a regravação que ela fez de 'Something Happened on the way to Heaven' - esta não incluída no show (mas que vale para a listinha de novidades).
E sobre a curiosidade de quem quase viu Deborah Cox aí no Rio, mas ficou na vontade? Bom, ela, mesmo escondida nos tecidos esvoaçantes mostra uns quilinhos a mais e tem um rosto mais largo do que a média. Gosto é gosto, mas eu arrisco ainda dizer que ela não é tão bonita como mostram seus pôsteres todos de divulgação. Mas isso passa batido, bobagem. Afinal, Deborah Cox é super diva e em cada canção de Aida faz a gente se lembrar do tanto que curtiu Mr. Lonely, Absolutely Not, e Nobody Suppose to be Here. Aida faz a cabeça, total!
Aproveitando:
Quem também estrela um espetáculo na Broadway é a Melanie B., a Scary Spice. Ela é o chamariz da nova fase de Rent. Uma crítica, quem sabe, fica pros próximos dias.
Um comentário:
Adorei o artigo Paulo! Está de parabéns :)
Queria muito ver a Melanie Brown fazendo Rent!
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