5.11.04

ENTREVISTA _ DJ ANA PAULA

POR TRÁS DA CENA _ dj ana paula
_ entrevista
_ Por Andre Garça

ELA ALCANÇOU O POSTO MAIS COBIÇADO DAS FESTAS CARIOCAS.



Imagine a cena. Há dois anos, a principal label party carioca, a X-Demente, tinha como DJ residente Dudu Marquez, uma barbie hetero. Parecia perfeito. Nessa época ninguém ousaria imaginar que uma mulher pudesse estar ocupando a residência da X, alguns meses depois. Muito menos que essa mulher fosse a DJ Ana Paula, que tocava nas festas de Rosane Amaral. A X-Demente é a principal festa carioca, reunindo milhares de pessoas a cada edição. Naturalmente que o posto de DJ residente da festa fosse cobiçado.

O som da Djéia muitas vezes foi alvo de duras críticas. Mas Ana Paula correu atrás, pesquisou e amadureceu seu set, destacando-se como DJ de tribal house no Rio.

No final de setembro, Ana Paula foi aplaudida na praia da Farme, na E.njoy the beach. Há uma semana, na edição paulista da X, Ana Paula fez um set impecável e elogiadíssimo na pista do novíssimo The Week. No dia seguinte já estava em Belo Horizonte para tocar no aniversário da 3 anos da Josefine, onde foi muito bem recebida. E amanhã, Ana Paula estará tocando na E.NJOY #02, a noite do Cena Carioca.

Fizemos algumas perguntinhas básicas pra ela... Confira abaixo:



[CC] Quando e como você começou sua carreira de DJ? Quais foram suas motivações?

Na verdade, essa profissão me escolheu. No meu primeiro ano como profissional recebi um convite do Memê (renomado DJ e produtor brasileiro) para fazer com ele uma participação em um programa de rádio chamado Dance Masters. Na época a rádio dava espaço para pouquíssimos DJs. Não era como hoje que você encontra vários na mesma emissora. Isso é uma prova de que a nossa profissão cresceu e que temos mais importância no mercado. Com o programa de rádio semanal eu fiquei conhecida do público mainstream (comercial) e trabalhei com eles durante boa parte da minha carreira. Até que em 2001 comecei a parceria com a produtora Rosane Amaral. Era o início de uma nova carreira, novas conquistas, começando do zero. Era mais um desafio na minha vida e essa foi minha grande motivação.



[CC] Quais suas referências musicais?

Sou DJ de caldeirão, tenho muitas referências; a maioria no house tribal americano. Mas os DJs europeus estão arrasando também!



[CC] Qual o melhor lugar pra tocar? Clubs ou festas?


Definitivamente onde mais gosto de tocar é na X-Demente. O público é extremamente exigente e profundo conhecedor de música. A energia que eu sinto tocando na X, nunca senti antes em toda minha vida. O público dá show! Queria que as pessoas tivessem a visão que eu tenho da cabine... é lindo demais! A X na The Week em São Paulo, por exemplo, foi incrível! Os paulistas me receberam muito bem.



[CC] Como voce lida com as críticas?

Não sou radical, aceito crítcas numa boa. Todos têm o direito de expressar suas opiniões. Nós que trabalhamos com entretenimento estamos sujeitos a isso todos os dias. Eu toco house tribal e meu som está amadurecendo, se você gosta de tribal, um dia você Vai gostar de mim.... Assim espero! Estou trabalhando para isso. (risos)



[CC] Como é ser DJ residente da X-Demente? Qual a projeção que isso traz?

O Fábio (Monteiro) criou uma lenda, a X vai existir para sempre. Várias gerações já passaram pela festa e várias outras ainda virão. Eu quero curtir muito esse momento e continuar trabalhando duro para estar no merecido posto de DJ residente. Tive meu trabalho reconhecido não só no Rio, como em outras partes do Brasil e as pessoas já me conhecem até lá fora.



[CC] Você acha que rola muita inveja no meio dos DJs? Ou são todos camaradas?

Rola competição como em qualquer ambiente de trabalho.



[CC] Você tocou no Dama, às quintas, e a noite não pegou. Você acha que houve preconceito em ouvir tribal no Dama?

O Dama é o templo dos modernos. Fiquei lisonjeada em ter mostrado o meu trabalho por lá. Tivemos algumas noites bem legais, sem falar nos afters que foram ótimos. Não sei se o problema foi o preconceito com o tribal ou foi o carioca que se habituou a sair de casa somente para aos sábados. Antigamente a noite do Rio era mais agitada. Hoje, as pessoas só saem aos sábados e, às vezes, as sextas; com isso, boas opções pararam de funcionar por falta de público. É uma pena, mas acredito que no verão as coisas vão melhorar.



[CC] Qual seu DJ preferido do Rio?

O Memê é um ótimo DJ de House!



[CC] Por que deixou a residência da R:evolution? E o visual novo? Muitas mudanças, não?

Estou vivendo uma nova fase na minha vida. E desejo muita sorte e sucesso a festa R:evolution. Tenho reciclado muitas coisas na minha vida... Por que não o visual? Mas também não mudou tanto assim, né?! (risos)



[CC] O que público pode esperar de seu set amanhã, na E.NJOY #02?

Vai ser um set animado, high energy, com muito ritmo! Vai ser o meu som house tribal com um tempero diferente; especialmente feito para a E.njoy. Mas só estando lá pra entender!



[CC] Quer dar um recado pra galera?

Vocês são a minha festa! Quero agradecer todo carinho e reconhecimento que tenho recebido por parte do público. Eu amo vocês!