Por Dado Marietti
:: entrevista
Ela é o primeiro nome feminino que vem a mente quando se fala em DJs da cena gay mundial. Tracy Young conquistou seu lugar nas cabines monstrando maestria ao comandar a pista das maiores festas do circuito americano. Depois de ser escolhida por Madonna para tocar em sua festa de casamento, seu nome foi projetado nas rodinhas dos produtores mais influentes do mundo; o que tinha esse mulher de tão especial? Vibe, simpatia e competência nas cabines e nos estúdios. Sim, ela também arrasa fazendo remixes incríveis... A DJ volta ao Brasil pela terceira vez, no melhor momento de sua carreira, para tocar na E.njoy de carnaval... Com o carisma de sempre, ela conversou com Dado Marietti na suíte do Othon Hotel, logo depois de desembarcar no Brasil. Confira:

DM: Você toca amanhã na E.njoy, uma label party que se preocupa com a qualidade do som e que dá total liberdade aos DJs de tocarem o que eles quiserem, como eles quiserem. Você está animada para tocar na E.njoy amanhã?
TY: Eu estou super animada. Eu amo tocar no Brasil. É aqui que eu conheço as pessoas mais legais. Os brasileiros realmente apreciam a música eletrônica, principalmente a House Music. E existe toda uma cultura por trás, então é bem legal. Especialmente durante o carnaval que eu adoro. Vocês vivem a música. E eu sou apaixonada pelo Brasil.
DM: Então depois que o trabalho acabar, você fica no Brasil para curtir o carnaval?
TY: Claro. Depois de tocar no sul, volto pro Rio para aproveitar. Rs
DM: E os novos projetos?
TY: Acabei de terminar o remix de "Screwed", da Paris Hilton. Chama-se "Stars Are Blind". It's hot!
DM: Esses dias eu assisti ao filme "Rent", e eu adorei a trilha sonora. E eu descobri que você fez o remix de "Take Me Or Leave Me", que ficou bem legal.
TY: Eu adorei também! Rs.

TY: Teve um tempo que eu pensei em colocar uma câmera me seguindo, mostrando as viagens, os shows nos mais diversos lugares, mostrar a minha vida na estrada. Mas eu ainda não tive tempo para colocar isso em prática. Mas eu acho que vai ser legal poder ter uma lembrança de uma época especial para mim e para as pessoas que gostam do meu trabalho.
DM: Agora no início de março, você faz uma festa em Miami, em que parte da arrecadação vai pro US Gay & Lesbian Task Force. Você se envolve em projetos sociais?
TY: Eu me interesso bastante, e apoio o quanto posso.
DM: Mas o que exatamente o US Gay & Lesbian Task Force faz?
TY: Eles arrecadam fundos pelo país inteiro, e distribuem o dinheiro para os grupos que estão mais precisando. O trabalho deles é bem legal.
DM: Quando você começou a tocar, você foi bem recebida pelo público gay feminino e pelo público hetero. Mas o público gay masculino não era aberto ao seu trabalho, e isso só mudou quando você começou a produzir os remixes da Madonna. Hoje, que você toca para todos os tipos de público, você vê alguma diferença entre eles?
TY: Sim, claro. Hoje eu tenho sorte por estar numa posição em que eu posso tocar o meu som, seja qual público for. Hoje as pessoas vão me ouvir tocar. No início eu tinha que tocar certas músicas pro público gay feminino, certas músicas pro público gay masculino. E pro público hetero uma mistura dos dois. Então eu não tinha essa liberdade que eu tenho hoje. Na verdade eu poderia ter tido, ou não, quem sabe. Mas eu não quis arriscar perder a minha base de fãs. Mas com certeza existem muitas diferenças em tocar para cada tipo de público.
DM: Você tocou na festa do casamento da Madonna e em muitas festas privates para pessoas como Lenny Kravitz, The Smashing Pumpkins, Ricky Martin, P. Diddy, Cher, entre outros. De todas as festas, qual foi a melhor pra você? E qual a mais louca?
TY: A melhor sem dúvida foi a Star, no Gay Day da Disney. E a mais louca foi o reveillon de 99 para 2000. Foi uma festa da Madonna com a Ingrid Cesares. Foi completamente insano. Totalmente fora de controle.

TY: Foi uma honra sem tamanho. Eu adoro a Madonna, e sempre me espelhei nela como artista. Ela é incrível. Imagina você crescer sendo fã de uma pessoa, ter a oportunidade de trabalhar com ela, e ainda é escolhida para ser a primeira pessoa a tocar o CD dela. É muito bom.
DM: E o que você acha da união civil de pessoas do mesmo sexo. Você acha que muda mesmo muita coisa ter esse direito?
TY: Eu apoio qualquer coisa que cada pessoa quer fazer por ela mesma. Não tem nada de errado em ter esse direito. Eu, particularmente, não tenho uma idéia concreta para aplicar em mim. Não sei se eu quero casar ou não. É um pouco confuso. Rs. Mas eu acho válido qualquer coisa que cada um quer para si próprio, que acha que vai se fazer mais feliz.
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