_ entrevista
_ Por Andre Garça
ELE É "O CARA" DA NOITE CARIOCA!
Fábio Monteiro é quase um mito na cena. Os mais novos olham com curiosidade. Os amigos o chamam de Fabinho. Por trás da figura calma, serena e misteriosa está um dos mais respeitados empresário de festas no Rio. Muitos se aproximam, poucos ficam. Os anos de noite o fizeram ser mais reservado... Sua casa é seu templo. Sua noite, suas festas.
Em 93, formado em Desenho Industrial e dono de uma confecção, Fábio Monteiro começou a fazer festas com sua amiga, Valéria Braga. Nascia ali a VALDEMENTE, ícone de uma geração. De lá pra cá, muita coisa mudou: a parceria acabou, brigas de egos, concorrência acirrada, novas locações, mudanças de djs... Mas uma coisa é certa: A X-Demente é hoje a principal festa de house que temos no Rio.
Sua pista é sempre animada, bonita, com várias turmas e muitas barbies. A "X" é referência internacional, fazendo festas históricas no final do ano e no carnaval. Já trouxe DJs renomados como: Paul Oakenfold, Peter Rauhofer, Billy Carrol, Tony Moran, Kimberly S., Brett Henrichsen, só para citar alguns.
Confira o bate-papo que tivemos com "O cara":
CC - QUAL FOI SUA MAIOR MOTIVAÇÃO PARA COMEÇAR A FAZER FESTAS?
Desde que fui morar sozinho, aos 19 anos, minha casa sempre foi uma festa todos os finais de semana. Isso antes mesmo de dar a minha primeira volta ao mundo, aos 20 anos, e ver o que acontecia lá fora. Quando voltei já estava com a cabeça aberta de vez e me guiando à partir de outras referências que não do mundinho aqui na época, onde ninguém podia ser visto entrando numa boite gay. No que chamam a VALDEMENTE zero, que foi o aniversário da Val na minha casa, contei de manhã 23 buracos de cigarro no carpete, além de receber um abaixo assinado cujo objetivo era a minha expulsão do prédio. Imagine como foi a ferveção!? Só para os curiosos, moro no mesmo endereço até hoje. Ainda me lembro quando acabou a bebida no meio da festa e sai com a Val no seu "dodjão" (Dodge). Naquela hora eu perguntei pra ela: "Vamos fazer uma outra festa em um lugar maior?". Foi assim que tudo começou...
CC - A VALDEMENTE COMEÇOU EM 93. 11 ANOS DEPOIS, O QUE MUDOU?
A VALDEMENTE, apesar da geração mais nova e atual talvez não saber, foi na época um marco em todos os sentidos: comportamento, atitudes, preconceito e influência na moda. Após muitas capas e entrevistas em jornais, o underground - e o que hoje também é considerado gay - chegou as beiras de virar mainstream. A ValDemente durou dois anos e meio. Onze anos depois (apesar de meio tímido, vou falar): a cena hoje, principalmente no Rio, é muito mais livre e menos preconceituosa e, os antes considerados meio que outsiders, são não só mais aceitos, mas respeitados pelo estilo de vida. Falando tecnicamente, a festa é outra história! A tecnologia junto com a minha exigência cresceu em termos de luz, som, decoração, técnica e etc. Fico feliz em ver essa garotada nova que chega na festa pela primeira vez, aos 20 anos, e se surpreende muito ao encontrar esse "prato" já pronto para se deleitar. Agradeço ao Cena Carioca a oportunidade de falar sobre esse background para que essa historia não fique perdida no tempo.
CC - VOCÊ AINDA FALA COM A VALÉRIA BRAGA?
A última vez que vi a Val foi na minha festa há uns três anos. Ela é uma pessoa doce e querida, mas infelizmente ela era o carro chefe na época (até porque eu não gostava de aparecer e sim de produzir) e não conseguiu segurar a onda do assédio. Não temos mágoas. Pelo pouco que sei ela mora em fortaleza com seu bofe e não quer saber mais do passado.
CC - QUAL O SEGREDO DO SUCESSO? O QUE A X TEM QUE AS OUTRAS FESTAS NÃO TÊM?
É obvio que segredo é segredo!!! Mais pelo que me conheço, peco pelo capricho, além de ser eu mesmo quem cria os cenários, e estimulo a equipe a usar novos equipamentos, além de driblar a concorrência (o que já estou acostumado faz tempo). Posso contar apenas parte do segredo: É não ser egocêntrico e respeitar o gosto do que é novo, mesmo que as vezes você não o tenha entendido. O público também manda.
CC - O QUE FALTA NA CENA NORTUNA DO RIO?
O que falta é toda essa mudança entrar na cabeça dos que "mandam no rio" (entendam como quiser). A beleza da cidade mais a beleza dos cariocas e seu jeito único de ser (olha que já viajei bastante), por incrível que pareça ainda passa desapercebido pelos que mandam nessa cidade. O Rio não deve nada - e porque não falar - até ensina muita coisa às metrópoles mais divertidas e conhecidas do mundo. Os mais antenados lá de fora têm o Rio marcado na sua agenda de viagens anualmente (sem exageros).
CC - QUAL A DIFERENÇA ENTRE A BARBIE DE HOJE E A DE ONTEM?
Barbie é coisa do passado. Isso era uma brincadeira entre amigos que foi descoberta pela imprensa em janeiro de 94. Mais se for para traduzir numa linguagem atual, quer dizer, é que o sentido é o mesmo. Ser homossexual não é ser bichinha nem rodar bolsinha. Pode ser coisa de homem mesmo! Quem quiser saber mais detalhes dessa época e outras coisitas, indico o livro "Babado Forte", da Érika Palomino.
CC - VOCÊ FREQUENTEMENTE TRAZ DJS INTERNACIONAIS PARA TOCAR NAS FESTAS. QUAL FOI A EXPERIENCIA MAIS BACANA E QUAL FOI O DJ QUE NÃO SUPEROU A EXPECTATIVA?
Por superstição, prefiro não falar de coisas negativas. Então respondendo a sua pergunta, quem me surpreendeu mais foi o Paul Oakenfold, que caiu nas minhas mãos de graça, por incrível que pareça, apesar de na época já ser o número 1 do mundo. Não sou tranceiro, mas ele arrebatou a multidão que dançou na Fundição até o meio dia. Até os que torciam o nariz eu vi lá.
CC - QUAL SEU CLUB CARIOCA PREFERIDO?
É chato ter que falar isso, mas para os que me conhecem não é surpresa. Saio pouco e gosto mesmo (fora as minhas festas) é de estar na casa de amigos e de um bom bate papo. Apesar disso, é óbvio que sei quem é quem e admiro o trabalho de alguns, que são poucos. Se for pra falar sobre isso só diria uma coisa: o que muda tudo é uma palavra que se chama atitude!
CC - HOUVE UMA TENTATIVA DE FAZER UMA NOITE SEMANAL DA X NUM CLUB, NO JOCKEY, MAS NÃO EMPLACOU. O QUE VOCÊ ACHA QUE SAIU ERRADO?
Naquela época eu andava meio nublado. Pra ganhar você também tem que saber apostar e saber a hora de recuar.
CC - A SUA FESTA TEM ALTERNADO ENTRE DUAS LOCAÇÕES INCRÍVEIS: FUNDIÇÃO PROGRESSO E MARINA DA GLÓRIA. QUAL O SEU PREFERIDO E POR QUÊ?
Amo os dois. Um é o inverso do outro. É como a noite e o dia. A diversidade agrada a todos.
CC - FALE UM POUCO DAS FESTAS QUE VÃO ROLAR NO REVEILLON (30/12 E 01/01). QUAIS AS NOVIDADES? DJS?
Tenho uma certa obsessão: gosto de surpreender sempre! Apesar de tudo ser feito tecnicamente, o resultado só se enxerga na hora. Pra mim quando está no ponto é quando eu sinto que as pessoas vão chegar e falar "ÓÓÓÓÓh!", o resto é marketing. Brincadeirinha, o que me motiva e me faz feliz é ver a felicidade do público na festa. Esse é o meu combustível desde sempre. Não costumamos falar tudo de uma vez... "We do it in drops"... Faz parte do show. Para os que quiserem saber em primeira mão, cadastrem-se no nosso site www.xdemente.com e receberão as informações via e-mail.
CC - QUER DAR UM RECADO PROS LEITORES DO SITE?
Essa pergunta é uma passada de bola tão grande que nem sei direito como responder.
O que me vem a cabeça agora é o que eu já disse antes: "Idéias" SEM ATITUDE são só idéias! Viemos ao mundo para sermos felizes, seja lá como for, mais sem esquecer o respeito... às vezes, temos que tolerar certos limites. Os limites mudam de tempos em tempos. Cabe a quem quiser, meter o pé na porta! E assim o mundo muda e gira.
Aproveitando a data: felicidades, atitudes e amor para todos!
Pela primeira vez no Brasil, convidada pelo produtor Orlando Capaluto: Alyson Calagna.
Nova York é mesmo a cidade para quem gosta de moda. Em parte porque é uma metrópole, com todas as relações complexas de uma cidade assim, mas também por causa de seu clima. Aqui as estações do ano são bem definidas, de modo que vc vai ter que adaptar o guarda-roupa à época do ano. Não é como no Rio, quando você tirou a sua camisa regata da gaveta num dia de inverno.
Um dos pontos altos do vintage são os suéteres em tons pastéis/escuros, combinados com uma camisa quadriculada de botão por baixo, que você só vê a gola, que fica pra fora. Os suéteres geralmente são de linha e se estiver frio, por cima disso tudo vai um casaco de botão, aqueles de lã dura, e talvez um cachecol, que pode ser usado de cinquenta maneiras diferentes.
O cachecol é um acessório e tanto nessa época do ano. Outdoor você pode enrolá-lo no pescoço de modo que a sua garganta vai ficar protegida, porque nessa época do ano a gente fica bem mais resfriada. Dentro dos restaurantes, boates, você pode usá-lo jogadão, para combinar com seu cinto, sapato. Muita gente abusa da cor nos cachecóis, o que é super in, desde que não esteja vestido com cores berrantes. Aliás, se puder evitar as cores berrantes no outono/inverno, o faça. A iluminação é fraca, difusa, fazendo com que você não faça parte da paisagem fria, fica feio. Também não é que aqui todo mundo usa preto e só. Claro que não, a gente vê muitas cores, mas todas bem combinadas entre o claro e o escuro. As berrantes, nos acessórios. Como a tal pulseira amarela do Lance Armstrong, super na moda por aqui.
Rosane Amaral é conhecida pelo seu forte gênio, seu jeito durão e sem papas na língua... Mas de coração mole! Produzindo festas há bastante tempo no Rio, a produtora passou por várias fases. Seu início no meio underground foi marcado pelas Tea Dance/Discothecka que rolaram na Bunker e, surpreendentemente, abalaram a supremacia dos domingos na Le Boy por mais de um verão. Um belo dia, chegou na Bunker e a direção da casa tinha dado sua data (domingo) para outro produtor (Teo Alcantara). Foi um bafão! Mas Rosane logo fechou com a Mess (hoje, Sygno), ali ao lado. A cena em que sua door-drag distribuía flyers na porta da Bunker, deitada em cima de sua Blazer, é antológica. Confusões à parte, a produtora foi trabalhar na X-Demente, onde chegou a produzir a Together (X + TeaDance). Na mesma época tomou conta das Pool Parties no Clube Radar e bombou alguns after-hours pela cidade. A necessidade de ter sua própria festa fez nascer a R:evolution, que esse ano ganhou ares de festão, em duas edições de sucesso. Rosane Amaral não pára! Ao ser indagada sobre seu ritmo de trabalho ela sempre responde com a mesma cara de satisfação: "É o que eu faço melhor: festas!".
A reeleição de Bush filho aqui nos Estados Unidos não era o que o mundo esperava. Deu zebra, teve roubo, a pesquisa boca de urna deu Kerry - ninguém queria acreditar. Mas ele foi reeleito, e, dessa vez, sem qualquer margem de dúvida: ganhou pelo voto popular e pelos votos eleitorais.
Imagine a cena. Há dois anos, a principal label party carioca, a X-Demente, tinha como DJ residente Dudu Marquez, uma barbie hetero. Parecia perfeito. Nessa época ninguém ousaria imaginar que uma mulher pudesse estar ocupando a residência da X, alguns meses depois. Muito menos que essa mulher fosse a DJ Ana Paula, que tocava nas festas de Rosane Amaral. A X-Demente é a principal festa carioca, reunindo milhares de pessoas a cada edição. Naturalmente que o posto de DJ residente da festa fosse cobiçado.
O cinema daqui, convenhamos, muitas vezes é melhor que nem mesmo chegue ao Brasil. Imagino até que não vão todos, porque há muita porcaria rolando nas telas daqui. Como um tal "Ladder 49", um filme de "heróicos bombeiros", um "que tal fazer uma ode aos americanos pelo 11 de setembro"? Mas dentro dos enlatados há algumas coisas interessantes: se você gosta de tomar susto, "The Forgotten", com a Julianne Moore talvez faca a sua cabeça (apesar do roteiro ridículo). E claro: tudo bem que o filme deve ser daqueles bem meia-boca, mas sai por aqui nesta semana "Taxi" com a Gisele Bundchen. Esse a gente paga o ingresso só pra saber como ela se saiu, ou não?


Na noite de sexta, o conselho de "locais" foi dar um pulo no Club SPIN (Rua Venâncio Aires, 59 – Centro). Um lugar muito bom, com gente bonita, total straight e tocando Trance. É... Hard Trance! Engraçado como numa boate onde a nossa querida House Music seria tão bem vinda, o batidão psicodélico toma conta. Aliás... O que é House Music? Parece que esse estilo é totalmente desconhecido por lá! Se bem que comentando o fato com um amigo tranceiro, fiquei sabendo que o estilo está tão forte aqui no Brasil que estamos até exportando DJs... Tá? Anyway...
Na vontade de dar uma voltinha maior, sigo para o Club Neo (Av. Plínio Brasil Milano, 427), que é gay, onde rolava a festa Revival FDSC, com os DJs Double S e Luciano Araújo. E pensa que tocava House Diva? Que nada!!! Trance bombando... E um povo animado dançando na pista. E não rola aquele clima de pegação, sabe? E nem de tanta droga! Pelo menos a olhos vistos...
Parte daquela crítica se resume ao que explicou um dos comentaristas: de repente, eu havia estado no lugar certo, mas no dia errado, a gente sabe que a noite tem dessas coisas. É verdade. Eu havia estado na Splash, ou tambem SBNY (como preferirem) e minha impressão foi péssima. Não gostei da música, do lugar, da gente... As regras sobre a bebida (consumo até determinado horário)e cigarro (só do lado de fora) contribuíram - e muito - para que eu definitivamente batesse o martelo: ia levantar publicamente a bandeira de que a noite de NY é ruim.
Sexta: O dia é bom para ir à Splash. A entrada custa 15 dólares, mas pode ser que o segurança vá com a sua cara e você entre de graça. Levar o passaporte brasileiro é essencial, por dois motivos: 1 - Podem te pedir ID. 2 - Ele pode ser o segredo para que entre de graça (a fama de que os brasileiros são sexy rola de verdade e isso pode se reverter em bônus nas suas saídas). Lá dentro vai estar razoavelmente cheio e uma gente bonita, mas não a melhor opção para quem gosta de teens. Para animar há um house beirando o psicodélico, e se você gosta de beber, uma Absolut Citron on The Rocks custa US$ 8 no bar (geralmente vai te custar US$ 9 ou US$ 10, porque é educado que você dê alguma gorjeta para o bar-man). O clima é apimentado pelos go-gos, mas não chega a ser o lugar ideal para que você tire a camisa, ou exagere nos aditivos, de modo que fique bem alto, ou coisa do gênero: a Splash não sugere uma noite dessas de perdição, mas sim uma night para azarar, se você estiver a fim de se dar bem. Bom, mas dizendo isso, há que vir o adendo: a azaração em um meio americano é um tanto quanto fria, se comparada com a nossa. Não espere demais então, ok?
Domingo: Este é um dia sagrado, dia de ir à Igreja. Mas nada de levar seus pecados para serem perdoados. Se por fora a arquitetura da Avalon te lembra uma capela, por dentro, não se engane, o clima é de hedonismo. Muita gente bonita, cool, em um espaço super bem estruturado, de modo que você nunca vai ter a sensação de estar dois minutos e conhecer o lugar todo. Há inúmeros corredores, escadas, ambientes, uma pista de dança central grande, com palquinho, lounges, fumódromo em um jardim na parte de fora... A acústica do lugar também é fenomenal. Você é capaz de sentir a vibração da música, o que é parte fundamental do clubbing. Lá você pode, se quiser, ficar mais à vontade, beber um pouco mais, não é que vá parecer um pouco out, como se estivesse na Splash, por exemplo. Aconselho inclusive a variar um pouco e deixar o bar-man de lado pelo menos dessa vez e pedir um drink à loura super simpática da pista de dança. Ela faz o drink que você quer, na medida em que quer. Depois que bebe chega até mesmo a ser divertido, porque, aposto, você vai se perder lá dentro. Agora, a parte ruim é que se for acompanhado, aí sim corre o risco de levar um perdido. A entrada custa US$ 20, mas é possível que entre de graça. O jeito é preencher uma ficha e esperar duas semanas, para que seu John Blair Card chegue. Com ele você tem descontos tanto na Roxy, quanto na Avalon (domingo, antes das onze, de graça).
Esse é um dos hits da atualidade. Está bem naquela fase que toca em cada pista animada. Música boa e alto astral!
A Fundição Stage vem em sua primeira edição celebrar a integração cultural entre o Rio e Portugal.
O TOP DJ Marky, indiscutivelmente um dos melhores DJs do mundo, volta ao Rio nesta segunda dia 06, véspera de feriado, para mais um de seus disputados sets. Antes e depois do mestre tocam os DJs Danntas, Calbuque e Marcelinho Dalua, destaques da cena carioca.
No primeiro semestre de 2004 lançou "In Rotation" junto com o DJ, produtor e parceiro Xerxes (XRS). Neste cd estão incluídos clássicos da música eletrônica mundial como "LK" com os vocais do MC Stamina, "Dia de Sol" (feita em parceria com Gilberto Gil) e "Breeze" que conta com os vocais do jazzman Cleveland Watkiss. É justamente este cd que o top DJ vem mostrar aos cariocas nesta segunda-feira, dia 06 de setembro, véspera de feriado.
A ascenção dos DJs na cena musical, com o lançamento de álbuns próprios à proliferação de festivais de música eletrônica no mundo, justificam o considerável aumento da procura por cursos e lojas especializados. No Rio, porém, espaços dedicados exclusivamente à tribo de moderninhos são uma raridade.
Como música e moda caminham lado a lado na cena eletrônica, a loja contará ainda com uma multimarcas pra lá de hype: Puma, amulherdopadre, Dizhum, Laundry, Prof. Massau Atta e a grife de cartucheiras Matramba.
Imagine estar em New York de bicicleta e dentro de cinco minutos se ver imerso em um protesto anti-Bush, ao lado de pelo menos outros duzentos ciclistas (cinco mil no total, segundo a NYPD)? New York tem dessas coisas.
Meti-me no meio de toda aquelas rodas e nessa hora a gente sente que tudo que víamos na televisão, de um mundo tão longe, estava ali, agora, diante dos nossos olhos. Eu não sabia o que estava acontecendo, tinha um pouco de vergonha de perguntar ao meu vizinho de rodas algo como: ?mas afinal estamos protestando contra o que??. Não queria passar por bobo, mas também não ia perder a oportunidade de fazer parte de tudo aquilo, até porque entre meus amigos ciclistas havia uma com a bandeira do arco íris (ok, causa gay!), outros vestidos de vaca, chapéus de coelhinho, de palhaço (ok, não entendi, mas parecia divertido) e claro os refrões anti-Bush, que no fim tiraram a minha duvida: era um monte de gente diferente, mas todos com a mesma idéia, a de que Bush não podia escolher New York para ser nomeado oficialmente candidato à reeleição e passar impune.
Phil Weeks
Renato Ratier, 31 anos, três de carreira, pode ser considerado uma das maiores promessas da house music brasileira. Sua carreira começa aos 18 anos quando foi morar na Califórnia (USA), onde se apaixona pela cena underground e pela música eletrônica.
Fahrenheit 9/11 ganhou a Palma de Ouro em Cannes, tem a assinatura de Michael Moore, do inteligentíssimo 'Tiros em Columbine' e é também a primeira obra cinematográfica que trata do ponto mais delicado das questões que hoje envolvem o mundo: o antídoto inventado por Bush para o terrorismo. É um filme que promete levar multidões ao cinema, é a única obra que toca no assunto mais discutido em todo o mundo. Entretanto, a expectativa que o documentário é capaz de gerar é sua maior armadilha e por isso me lembro das minhas aulas da universidade.
Além desse princípio - que rende a Moore um pensamento crítico tão restrito quanto o do New York Post (e as medalhas de Kerry) -, há ainda um problema envolvendo sua credibilidade. Dos muitos argumentos que são colocados em dúvida pela imprensa e pela crítica, um é bastante questionado: o de que a Fox News - empresa com fortes conexões com a família de Bush - foi a primeira a tirar a vitória de Al Gore na Flórida, o que teria levado muita gente a desistir de votar por ele.
O groove Real está de volta. A festa que juntou o funk de Marlboro ao electro do DJ carioca Maurício Lopes tem nova edição marcada para 30 de julho, sexta-feira, na Bunker.
No próximo dia 24 de julho um novo evento aterriza no Armazém do Rio. O Armazém Eletrônico reunirá grandes nomes da música eletrônica. Um evento conceitual que, além de oferecer o melhor do gênero, trará sempre importantes produções de artistas nacionais.
Originários da primeira leva de DJs-produtores brasileiros de drum?n?bass, como Xerxes de Oliveira (Xrls Land), Marky, Patife e Ramilson Maia, o duo Drumagick ganhou atenção no exterior em 2002 com sua música ?Easy Boom? (que contém samples da ?Take It Easy My Brother Charly? de Jorge Ben). A faixa foi considerada por muitos DJs da Europa e Estados Unidos como uma das melhores do ano.
Uma estrutura forte e desenvolvida é a principal característica que apresenta esse grupo social nos Estados Unidos em relação ao mesmo grupo no Brasil, por exemplo. Aqui, os gays detêm uma espécie de `mini-estado` em função dos interesses que, até ontem queria chegar no fim do estigma que a homossexualidade é uma doença, e que hoje vai muito além: disputa com unhas e dentes o direito legal de os gays receberem o mesmo benefício a que têm direito os héteros. Uma imprensa especializada é uma das armas com que batalham os gays por aqui. A revista `The Advocate`, por exemplo, é a bíblia do ponto de vista daquilo que todo gay precisa saber a respeito do que já foi conquistado político e culturalmente pela `classe` e quanto ainda falta para se chegar a uma total paridade com os héteros. Desde inimigos no Congresso americano, até os bons efeitos do show de TV 'Queer Eye for The Straight Guy' no cinturão bíblico do meio-oeste americano, a revista é o exemplo do avanço da estrutura que dispõem os gays americanos para defender seus interesses; sem paralelos com o Brasil, que ainda engatinha na formação de mídia especializada no assunto e cujo maior ícone ainda é a G Magazine.
Essa presença no cenário cultural é fruto do investimento dos, por assim dizer, mecenas gays, que gastam rios de dinheiro - que têm de sobra - em produtos que levam sua bandeira. E já sabem disso várias empresas americanas, como a Budweiser, por exemplo, que aplica dentro de sua companhia uma política de igualdade no tratamento e benefícios entre seus funcionários gays e héteros; as chamadas 'Gay Friendly Companies', com o objetivo de o consumidor pensar nisso ao comprar um produto. É uma troca justa e que parece funcionar, se levarmos em conta a maciça campanha que fazem os veículos especializados a favor das Gay Friendly.